quinta-feira, 26 de julho de 2007


Amor Ideal

De repente meu subconsciente adentrou-se pelo teu por solos imagináveis. Eram quase existentes.
Mas a mentira era verdade. Eras então meu pai, tão reservado, eu simplesmente tua mãe. Ávida de ti; precisava sempre olhar teus olhos para sentir que estavas bem.
Nossos espelhos se fundiram. E olhamos um para o outro; pais e filhos em pleno resgate milenar.
E queria tanto ouvir dos lábios do meu pai o quanto ele me queria bem. Sem nunca escutar.
Mas, eu como sempre mãe, dizia a toda hora, no vazio de todos os segundos o quanto te amava e se um pedaço de mim se ia cansado, envelhecido, esse outro meu lado aqui ficava.
E dizer de novo como se fosse ainda meu lindo bebê: cuide com carinho porque os meus olhos são os mesmos a te seguir pelos caminhos. Velam por ti.
O espelho do físico se partiu diante da dor da ausência.
Agradeço as palavras que nunca ouvi, porque aprendi a ler a voz do teu coração: dorme querida; só um pouco de sono. Meus braços abertos esperam. Descansa tua dor.
Essa voz suave que nasceu de mim, como se fosse um filho.
Adormecendo temporariamente a mulher e o homem que nasceram para a unicidade.

Verônica Aroucha

03/10/2004

5 comentários:

MARIAESCREVINHADORA disse...

Que texto lindo, amiga.
Delicado, cheio de amor, como vocè.
Beijo,

Conceição

Aline disse...

Verônica, que lindo teu blog! Delicado e suave, como tu!

E esse texto... nem preciso dizer que estou com os olhos mareados, não é?

Parabéns, amiga blogueira!!!

Beijos!!!

Anônimo disse...

Lindo demais!
te amo muito mãe
bjs

Anônimo disse...

Lindo demais!
te amo muito mãe
bjs

Sílvia Câmara disse...

Verônica, querida.
quanta suavidade e intensidade.
Bem-vinda ao cosmos, blogueira.
um beijo carinhoso e siga em frente. A luz te guia.