sábado, 27 de dezembro de 2008

SABER VIVER


Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

Cora Coralina

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CANTO



Depois daqui
Sei que ainda viverei.

“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá".


Imagine o meu Céu
O que não haverá lá de cantar?

Canta o prado
Canta o mar
Canta coral
Sob os acordes de Bach.

Cantam flores
Cachoeiras,
Samambaias

Escorregos
Pirulitos.
Cantam amor e aconchego...
Lá um dia hei de cantar!

Verônica Aroucha

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

É NATAL


Quero abrir a porta do meu coração:
É Natal aqui dentro
Vem e compartilha comigo da ceia.
Pão e água
Vinho e flores
Minha esperança cor de anil
Juntemos ao amor sagrado - nossas asas.
Podemos voar!
Em busca da nossa melhor parte.
Espera essa paz, além...
Vem, como encontro de almas silenciosas.
Em um Paraíso que não é aqui.
É Natal!
Quantos Natais ao relento!
Somos puros,
Nas águas do quebra-mar.
Banhei-me de pó-de-arroz
Perfumei meus cabelos com alfazema
Laço de fita prateada, e diadema.
Redimi minhas culpas no nascimento
Do Senhor Jesus
Vem.
Preciso acordar para sempre.
Em uma esfera sem pranto e dor
Onde uma Estrela volátil nos levará?
Vem.

Verônica aroucha
12/12/2005

domingo, 14 de dezembro de 2008

Desejo


Desejo

Pensava ter nascido para ser uma Estrela.
Inventava histórias quando criança e dava apelido as coisas.
Quando a minha avó, por parte de mãe queria brincar de ler a minha mão, eu chorava com medo que ela adivinhasse alguma coisa triste. Ela ria e dizia que eu ficaria “pra semente...” •
Quando brincava de boneca com Tereza - eu não tinha nenhuma, todas eram dela. Cuidava como se fossem minhas admirando os vestidos e enfeites repletos de sonhos, dos mais lindos.

O Tempo passava e eu pensava ainda em ser uma Estrela.
Não sei a Grandeza, e nem o formato; o certo é que eu queria dançar.
Porém, a sapatilha era cara.
Queria aprender a cantar, mas lá em casa não havia radiola e só depois de uns anos meu pai comprou um rádio.

Depois, pensei em ser médica, mas a média do curso era muito alta e os livros muito caros. Não daria para cursar.
Fiz então o curso de Direito, que nada em comum existia comigo; meu pai fazia questão. Desejei mudar para o curso de História e recuei...Meu pai, meu pai se foi!

O sonho da Estrela me perseguia.
Um dia, o mundo virou de cabeça para baixo. A Estrela ficou nos meus pés levada pela correnteza.

Verônica Aroucha