domingo, 30 de setembro de 2007

Feliz Aniversário


supérflua (Feliz Aniversário).....................

Vim me apresentar!
Dar parabéns a mim
E abraçar-me.
Fiz um bolo
Com remendos de amizade,
De gente que estende a mão
Esquece os olhos nos olhos...
Hoje não!
Vim me apresentar
Com nome e sobrenome.
Inúteis detalhes,
Porque eu só queria mesmo,
Era me apresentar...
Ser essa figura efêmera:
Pedaços de por de sol,
Salpicada de um pingo de mar.
Vim me apresentar,
Mostrar a minha cara
Indiferente.

Tanto quanto meu coração,
E me jorrar nos ramalhetes alheios.
Pego de lá um tantinho,
Molho a minha lua com Sol-
- Evaporando, escaldando a interminável
Trilha do Tempo, que me faz rir.
Prazer em conhecer!
Prazer, prazer.

Verônica Aroucha
01/10/2007

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Devaneios



Quando um dia,
Eu ganhar um coração
No formato de uma estrela
Cor-de-rosa
Será teu de novo!
Lembras...
Arrumei uns ramos verdes,
As flores azuis, no entardecer do tempo.
E brinquei na aspiral da demência...
Agora, não te privo de instantes.
Roubei com pressa,
Para não escutar que não me pertenciam.
Com medo de tocar
O impenetrável da tua alma,
Que me virava o rosto
Que se enjoava de mim
Sem nunca ter sentido meu gosto...
Como areia que cai e se esvai
Sem montes.
Quis ser montanha!
E neste espaço de intenso abandono -
Castigavas!
Ao sereno frio,

Com teus perfumes das flores da vida:
Em mim – tão ausente.
Sinto que morri,
Mas só dormi...
Meu doce amor de abandono.
Ainda espero o amanhecer dos meus sonhos
Com o toque da tua paz em mim.
Cobre-me...

Verônica Aroucha
3/11/2006

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Sem Pressa

Shirley Temple

Sentia tanta pressa! Enrolava os cabelos e passava batom.
Saía descalça para comprar no armazém da frente de casa miçangas e farinha de trigo para o bolo.

Sempre atravessando correndo, como se o mundo fosse um segundo e à tarde já anoitecesse. Profundo medo de não viver. E viveria?
Aproveitava a água e deixava as costas molhadas. Segurava o relógio e seguia como um raio.

Sentia tanta pressa! Foi comprar o cartão de Natal – restava algum tempo, e uma cartinha... O endereço era desconhecido. Voltou.
A pressa acabou.

Passa o secador nos cabelos, rapidamente. Pinta as unhas durante a madrugada, escutando o canto de um pássaro em cima dos fios.
Faz o colar aos poucos: todo o dia costura Sol e Lua.

Quando entra no Mar, enche-se de conchas...
e caminha sem pressa de lugar algum.

Verônica Aroucha

Agosto/2007