quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ao Vento


Fiz um castelo, ou foi uma casa, ou foi um Céu.

Na minha suposta verdade não existiu nenhum castelo, e dentro dele eu guardava minhas fantasias. Meus papéis eram jogados de escada abaixo e voavam pelas centenas de janelas e se debandaram na transparência das letras. A tinta era fraca; fechei janelas, portas e fendas para que o jarro enfeitado de flores não se quebrasse.

Murcharam... Acendi todas as velas, lâmpadas e fiz o fogo nas brasas para que o Sol não se fosse: a noite caiu lavando meus risos de Estrelas. Nada poderia deter o Tempo, e a fantasia, nem mesmo agora, poderia ser meu albergue.


Verônica Aroucha

Abril/2008