quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Marionetes

MARIONETES


Personagens da vida;
brinquedos soltos, cujos cordões que nos prendem, somos nós:
barbantes sem cor.
Brinquedos, peças de compor; partituras pela metade.
O pedaço da montagem está no ar.
Cabe a nós, essa marionete estonteante, a ousadia de encaixar!
Cabeça, tronco e membro.
Já não dá.
Nada compõe o esqueleto do universo - Tem o dom de dispersar.
Encontram-se cabeças arrematadas em algum lugar...
Estranhas peças essas nossas!
Nem a vida, nem a morte, podem juntar.
Quando encontro braço; é perna.
Quando encontro o amor, em todos esses quadrinhos,
Coração em pedacinhos...
Flutuam, sem nenhuma lei pra grudar.

Verônica Aroucha

28.07.2004