quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

De Mais Belo?

Mas o que posso dar a não ser poemas?
Sou tão parecida com eles, se estiveres lendo, sente-me
e se me sentes, meus poemas estarão vivos...

Sei o quanto estou fraca ao dizer-me.
Não consigo mais pegar nas tuas mãos e levar-te
nos meus sonhos ao meu esconderijo

Sinto-me meio partindo, mas ficando...os poemas!


Peço aos anjos que os tragam de volta
para que eu possa ofertar-me um pouco que seja

Nada tenho para oferecer, mais santo, mais vil
mais forte e banal, mais risonho e de tantas lágrimas perdidas
como meus poemas...

Quem sabe o Mar possa ainda jogar
seus espaços espetaculares com lembranças
de uma pequena vida que boiou dando outras vidas...

Meus poemas, é tudo que tenho: são teus!

Verônica Aroucha

domingo, 10 de agosto de 2014

PORQUE SOU

Porque me vás e me deixo
assim vazia
Nua
na rua entrelaçada com mil outras cidades
Porque me vás, se nada me tens
Pedacinhos de mim...
Retira-me assim dos teus espaços
Porque me vás, se nos contornos dos espelhos
sorrimos e cantamos
choramos e bebemos
Porque me vás
Se o Céu não vê
O sol não se lembra
A lua zomba de nós
Porque me vás
Na formosura da alma minha
no momento supremo
do meu encontro com Deus
Porque me vás, e me esperas
e me conduzes, e me rebela,
e me estranhas
Sem saber que sempre sou
Um espaço que fica.

Verônica Aroucha 
25/10/2009

Três Poemas

Maria, Maria
teus poemas
são rosários de penas
que jogas em mim

Poemas que foram Astros
em tempos passados
mas de tanto tardar
Sua luz remota
Não chega a iluminar

Maria, Maria
entendo da dor
de tua alegria...
Mas tira de mim
as algemas
Poemas que não te pedi
poemas que não mereci.

OBSESSÃO

OBSESSÃO

Verônica Aroucha


Ele negava acreditar
Que eu via estrelas no ar
E que o vento frio era o meu cobertor,
Que a manta da noite não era minha
E que as músicas fatais que contavam meus sonhos
Eram letras impressas,
Enganos e nada mais
Mas a poesia fala de alma pra alma
As flores que caiam sobre as falésias
Compreendiam
A doçura toda, o mundo inteiro
E todas as loucuras que eras para mim.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Suavidade





    Não me leia fel. Por incrível que pareça foi só um amor despencado do Céu...Nunca entendi o que aconteceu, por isso, há de se perdoar tanta loucura por tão pouco; tanto sentimento por um acaso. E nada mais. Talvez, antes de morrer eu te deixe uma carta, mas sei que já sabes todas as palavras que nunca te disse. Não me leia fel, não me estranhe, não me julgue. Não comente minha doçura, meu amargor; que eu seja para ti como um raminho de flor que te dei no primeiro baile. Umas pétalas secas, um tocar de mãos e o Mundo. Meu cosmo gosta de brincar de inventos, quando me fez te amar como se nunca fosse.

  • Verônica Aroucha

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Aparência



De que cimento você foi feita, moça?
Cai e não arrebenta, chora e a chuva seca todos os prantos,
bate no rosto; e um sorriso acaricia forte a face alheia.

De que cimento, moça, você extrai tanta força?
Você se lança no escuro, se dá como ponte, e ainda continua inteira?
Já pensei que seu coração fosse de tijolo aparente, porque está tão visível esse seu jeito de não ser,
esse seu jeito de não ter, esse seu jeito de dar risadas toda prosa.
Mas de que cimento, moça, se você se curva diante da beleza de um Céu,
diante da cachoeira, diante da criançada, diante de uma estante,
diante da passarada, diante do canto de uma cigarra?

É cimento, é cimento, forte e livre como o vento.
Diante de um nada e de um imenso vazio, de onde sempre se esbarra.


Verônica Aroucha.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Deixa Estar

Quem sou eu para destrinchar o amor?
partir pelo meio para conhecer o oxigenio que da vida ele exala?
Deixa o amor quieto como uma água ao sereno.
De manha se bebe lento, inteiro por sentir seus raios dimensionais. É apenas um gole, o amor, e ele, ele se perde dentro da gente...deixa estar.