sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Amor pequeno


Amor pequeno.

Amor, meu pequeno.
Não percebi tantas batidas em meu rosto.
Perdi o pudor e me desnudei...
Desfilei estranhamente coberta
Com a névoa do teu olhar
Cuidava de não me despir!
Pequeno amor, por que ousei tanto,
Penetrando por tua cruz?
Enquanto me cravava o coração,
Banhava tuas lindas mãos
Com o vermelho da minha dor
E me expulsavas do teu paraíso
Com medo que eu me acostumasse
Com a profundeza do teu céu
E me jogavas para cima, para baixo.
Fez de mim uma estátua.
Para não sentir o meu corpo...
Quente, aconchegante a te incendiar.
Amor, meu pequeno...
Por que não tentaste?
Por que não me precisou?

Verônica Aroucha
2005

Um comentário:

Poeta Carlos Maia disse...

Belo, belíssimo!!!
Gostei especialmente do final, em que a palavra precisar pode ser entendida nos dois sentidos, no de precisão e necessitar.