sábado, 22 de novembro de 2008

Leito


Leito

Deita – é teu o leito agora.
No deslize das mãos fiz minha estrada.

Deita – o regaço é teu para sempre.
Enquanto eu construía,
Escorrias...

Deita – é preciso estar para permanecer.

Eu saboreava o planejar.
A construção virando formas diversas:
Jarro, rosto e pontes.

Deita agora.
Meu amor chega ao final.

O barro encontrou o leito.
Deita,
Deita.
Enquanto adormeço.

Verônica aroucha
Nov. 2008

sábado, 15 de novembro de 2008

Não Rendas




Não te rendas...
assim toda coberta
a morte não tarda!
Não te rendas...
Aos poucos trocados:
aos miúdos que para os porcos
são sempre jogados.
Não te rendas...
Ao tédio da mentira,
porque para teu lindo sorriso
só precisas de uma maçã.
Não te rendas...
Ao tempo passado
cuja cortina não tem mais cor.
Não, não te rendas...
ainda poderemos juntos
corrermos cansados
em busca do presente
galopando serenos,
dias claros,
noites insones...
nós dois teremos o futuro
que se abre sobre nossos olhos de céu.

Verônica Aroucha