segunda-feira, 10 de março de 2008

SÓ SER



Não dei ouvidos quando me falaram que a poesia precisa ser justa. Justa de quê?De certezas, de medos, de sonhos e mentiras. Nisso acredito.Até ela, a mentira pode ser justa e cumprir o seu papel na arte de se desvendar e ficar nua.

Não dei ouvidos quando me gritaram que aquilo não era verdade.

Que os espelhos são mudos.

Que os silêncios não são clarividentes.

Duvido.

Não dei ouvidos a certeza que me faziam crer que eu não existia...Duvidaram,

como duvidaram que eu poderia beijar a lua

Tomar banho de sol em pequenos goles e te pegar pelas mãos desdenhando da loucura

Não dei ouvidos ao toque da porta, a lucidez de um banho de chuveiro com sabonete no fim

Não acreditei na justiça de um mundo sem mim...

Acompanhei a mentira passo a passo sem duvidar jamais dessa verdade existente: Que o amor pode ser perfeito mesmo imperfeito sejamos nós

Como eu acreditei.

A poesia não precisa ser justa e nem explicável

Ela só precisa Ser

Um manto branco

Verônica aroucha